Décadas de 50 e 60
Uniforme de gala/festas
Saia plissada - azul marinho
Camisa branca de piquê
Gravata de seda marinho - com emblema do colégio serigrafado
Meias ¾ branca
Boina branca
Sapatos pretos
Décadas de 50 e 60
Uniforme diário
Saia pregueada azul marinho
Camisa branca (na década de 60 passou a ser de poliéster)
Agasalhos - azul marinho
Gravata de tergal marinho sem estampa
Meias ¾ brancas e sapatos pretos
Boina marinho
Década de 70
Saia com 6 machos duplos
Cinto padrão madrepérola
Camisa branca de poliéster
Gravata de laço azul marinho – de gorgurão
Meias ¾ brancas e sapatos pretos
Décadas de 70 e 80
Uniforme da Educação Infantil
Jardineira azulão de tergal com o nome do aluno bordado ( no peito) em branco (p/ meninas saia e p/ meninos calça)
Camiseta branca meia malha com ribana marinho e inscrição do nome do colégio na parte frontal
Sapatos pretos e meias brancas
Década de 80
Camiseta branca de meia malha com ribana marinho e identificação do Colégio em semicírculo na parte da frente
Calça ou saia com dois machos em tergal marinho
Sapatos pretos e meias brancas
Décadas de 80 e 90
Abrigo de malha escolar marinho com frisos brancos no casaco e com iniciais do colégio bordadas em branco
Camisetas pólo branca com gola e punhos marinho – serigrafia com o nome do colégio a esquerda
Tênis preto e meias brancas
Década de 90
Abrigos de moletom marinho com detalhes em branco
Camiseta branca com logo do Colégio serigrafado
Bermudas em moleton marinho
Camiseta regata branca com logo do Colégio
Década de 2000
Camisetas brancas e azul marinho com logo da escola
Calça e bermuda de malha escolar azul marinho
Jaqueta tipo “canguru” azul marinho
O Colégio Santa Dorotéia de Porto Alegre faz parte das Comunidades Educativas fundadas e mantidas pelas Irmãs de Santa Dorotéia do Brasil, cuja fundadora é Santa Paula Frassinetti. A fundação da escola aconteceu no dia 24 de maio de 1957.
As Irmãs Dorotéias fundaram o então denominado Externato Santa Dorotéia; no bairro Cristo Redentor, que na época era zona em franco progresso, habitada por famílias de comerciantes e por operários das indústrias que compunham o cenário local.
Inicialmente, o Colégio funcionou na Avenida Assis Brasil, recebendo matrículas para o curso primário. Um ano mais tarde, a Escola mudou-se para a Rua Alberto Silva, no mesmo bairro, com prédio próprio para moradia das Irmãs e com pavilhão cedido pela Prefeitura de Porto Alegre para salas de aula do curso em funcionamento.
Em 1965 devido ao grande crescimento do número de matrículas foram sendo construídos novos prédios e neste mesmo ano foi obtida a aprovação para o funcionamento do curso ginasial que ampliou consideravelmente o corpo discente. Isto, em época de ditadura militar, foi possível devido à disciplina rígida que o colégio aplicava aos seus alunos.
Em 1974 foi autorizado o funcionamento do 2º grau com as habilitações de secretariado e auxiliar de contabilidade e na década de 80 houve a abertura do Curso de Magistério e a construção do Ginásio de Esportes Santa Paula Frassinetti.
O estudo que realizamos trata-se de uma análise sobre os uniformes utilizados no Colégio Santa Dorotéia no período de 1950 a 2000. Para realizar tal pesquisa coletamos imagens de ex-alunos e tivemos acesso ao acervo da escola.
Através dos registros fotográficos coletados podemos ver os diversos modelos utilizados pelos alunos no decorrer da história do Colégio, o que nos possibilita uma reflexão acerca de quanto a época influência a escolha dos estilos de uniforme e também de que modo a ideologia da escola, sua política, visão de formação são representadas pelos mesmos.
A partir da análise das fotos a que tivemos acesso é possível perceber que, no período entre 1950 e o início dos anos 80, se evidencia através das vestimentas uma representação do estereótipo feminino e masculino, onde toda a menina veste saia e o menino calça.
No final dos anos 80 já é possível observar uma mudança neste sentido, as calças já fazem parte do vestuário tanto feminino quanto masculino o que nos remete a relacionar tal fato com o contexto de uma época.
No texto Mulheres na sala de aula, Guacira Lopes Louro diz que nos anos 30:
“...Construía-se uma estética e uma ética. Uniformes sóbrios, avessos à moda, escondiam os corpos das jovens, tornando-os praticamente assexuados, e combinavam-se com a exigência de uma postura discreta e digna. O mesmo valia para as professoras: como modelos das estudantes, as mestras deveriam também se trajar de modo discreto e severo, manter maneiras recatadas e silenciar sobre sua vida pessoal.” (2000, p.461)
A partir disto podemos, em uma comparação entre as décadas de 30 e 60, verificar uma transformação deste pensamento sobre a necessidade de cobrir/esconder o corpo, visto que as saias passam a deixar a mostra maior parte da perna.
Pelas imagens que vemos do final da década de 1980 a utilização de um uniforme padrão (mesmo estilo de roupa para meninos e meninas) demonstra mais uma necessidade de representação do caráter da instituição do que de uma preocupação com os corpos. Fica evidente que o Colégio busca uma padronização como forma de demonstrar o que representa, transmitindo aos seus alunos a responsabilidade de carregar sua identidade.
Guacira Lopes Louro (1999, p.19) fala sobre isso:
“Talvez se esperasse que nós fôssemos, também, uma espécie de estudante ‘padrão’. Lembro-me de ouvir, sempre, a mensagem de que, vestidas com o uniforme da escola, nós ‘éramos a escola’! Isso implicava a obrigação de manter um comportamento ‘adequado’, respeitoso e apropriado, em qualquer lugar, a qualquer momento.”
O uso de uniformes transparece a identidade de uma instituição, mais do que isso, faz com que o aluno deixe de representar a si mesmo para representar a instituição em que estuda. Por exemplo, se um grupo de jovens é visto bebendo na rua, é só um grupo de jovens se divertindo, mas se estiverem uniformizados, são os alunos de determinado colégio que estavam bebendo.
O uniforme tira o caráter individual de cada aluno, o que ocasiona uma busca por incorporar a essa vestimenta uma marca pessoal. Guacira Louro (1999, p.19 e 20) relata:
“O uniforme – saia azul pregueada e blusa branca com um laço azul-marinho – era, ao mesmo tempo, cobiçado por ser distintivo da instituição e desvirtuado por pequenas transgressões. A saia, mantida num comprimento ‘decente’ no interior da escola, era suspendida ao sair dali, enrolada na cintura de forma a conseguir um estilo ‘mini’, mais condizente com a moda; o laço descia (do botão mais alto da blusa rente à gola onde deveria estar) alguns centímetros, de forma a proporcionar um decote mais atraente (o número de botões dependia da ousadia de cada uma). Essas subversões, quando descobertas por alguma funcionária ou professora da escola em qualquer lugar da cidade, eram alvo de repreensões individuais ou coletivas, particulares ou comunicadas aos pais e mães e etc. (O olhar panóptico ia muito além das fronteiras do prédio escolar!) A preocupação com o uniforme, defendida pela escola como uma forma de democratizar os trajes de suas estudantes e poupar gastos com roupas, era reiterada cotidianamente, com implicações que transitavam pelos terrenos da higiene, da estética e da moral. Adolescentes, estávamos cada vez mais conscientes de que podíamos inscrever em nossos corpos indicações do tipo de mulher que éramos ou desejávamos ser.”
Apesar de submetidos ao uso obrigatório do uniforme, a maioria dos alunos tenta introduzir alguma marca pessoal que possa afirmar ‘este sou eu’.
Grupo responsável:
Amanda Alvernoz Acosta
Marla Ferreira da Silva
Paula Carina Kinast
Data: 22/06/09 Turma: A Professora: Simone Valdete
Referências bibliográficas
LOURO, Guacira Lopes Louro. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, Mary. História das mulheres no Brasil. 7ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.
LOURO, Guacira Lopes Louro. Pedagogias da sexualidade. In: O corpo educado. Belo Horizonte: Autentica, 1999.
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