sábado, 3 de outubro de 2009

Relatórios da Saída de campo Arquivo Histórico Santa Casa


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Relato

Aluna:Gisele Rodrigues Soares


No dia 29 de setembro de 2009, nossa turma se encontrou as 10h30 em frente à Santa Casa . Nossa visita foi guiada pela professora Vera Barroso, historiógrafa do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa.
Começamos por ver a estátua, localizada em uma praça central do hospital, do irmão Joaquim Francisco do Livramento, que foi quem idealizou e fundou a primeira Santa Casa de Misericórdia do Rio Grande do Sul, que começou a ser construída em 1804 e inaugurada em 1826. Não se tem muitos registros, mas sabe-se que antes da construção da Santa Casa, doentes eram tratados em casas de curandeiros com chás, pela cidade da atual Porto Alegre.
De acordo com Vera, os hospitais Santa Casa de Misericórdia foram idealizados por Portugal, em 1498, com o objetivo de atender os pobre, doentes, loucos e velhos.
Depois de vermos a estátua e receber algumas explicações sobre o prédio e a arquitetura, nossa turma foi divida em dois grupos, para que revezássemos na visita. O grupo em que eu estava foi dirigido até uma sala com o propósito de pesquisas no arquivo, uma sala pequena com algumas mesas. Nesse local fomos atendidos por uma funcionária chamada Gabriela.
Ela explicou que a Santa Casa se propunha a atender os carentes, pessoas que não tinham condições de pagar pelos tratamentos. Quanto aos escravos, na época não sendo considerados “gente”, só eram atendidos ali caso seus donos, patrões pagassem pelo atendimento, ou então se fossem negros alforriados. Em muitos casos, os escravos doentes eram doados para a Santa Casa, eram tratados e ficavam pertencendo a ela e ali trabalhando.
Gabriela nos mostrou como são conservadas as fotos, impressas e digitadas da Santa Casa, um acervo que chega a 30 mil fotos.
Mostra também o livro de sepultamentos que aconteceram no cemitério da Santa Casa, criado em 1850, também o primeiro de Porto Alegre. Era destinado a pessoas livres e escravos, mas com áreas bem separadas. A Santa Casa até hoje oferece sepultamentos gratuitos. O livro de sepultamentos também é separado: um de pessoas livres e o outro dos escravos.
Observando o livro de sepultamento dos escravos, recuperado há pouco tempo com patrocínio, mas com difícil identificação, pois foi escrito com tinta ferrográfica, que com o tempo corrompe o papel, Gabriela nos contou que escravo não tinha sobrenome. No sepultamento e na abolição levava o sobrenome do seu patrão. Por isso que existe muitos Silvas no Brasil, conhecido por ser um sobrenome comum e por isso de pobre. Silva na verdade era uma família muito rica, com muitos escravos, que depois da abolição viraram “da Silva”. Portanto, os escravos na abolição levaram o sobrenome do patrão precedido de “da”.
Ambos os livros tem escrito nome, sobrenome, cor, da onde vem (imigrantes), do que morreu, padre que velou, etc...
Havia também o livro da Roda dos Expostos, que havia na Santa Casa, destinada as mães que não tivessem condições (financeiras e sociais) de criar o filho, e então abandonavam na roda, e ali as crianças eram criadas, recebendo cuidados e instrução, os meninos encaminhados ao exército, e as meninas aprendiam lições domésticas e juntavam o dote, para então serem encaminhadas ao casamento.
No livro da Roda dos Expostos encontramos dia, hora e condições em que o bebê chegou, com alguma corrente, carta, dinheiro, pano, etc. Muitos bebês morriam no dia em que chegavam, mas a primeira coisa feita ao recebê-lo era batizá-lo e colocar-lhe um nome, caso ele não chegasse ali com um.
Nesse momento iniciamos uma pequena discussão a respeito da volta da Roda dos Expostos, se seria a solução, já que muitas crianças são abandonadas em lixeiras, ou então abandonadas em si mesmo, pois ficam com a família, mas sem o menor cuidado.
Então, trocamos o grupo, seguindo com Vera para conhecer o arquivo histórico da Santa Casa, uma outra sala onde guarda toda a documentação. Vera lembra que muitos foram queimados, infelizmente.
Rapidamente ela falou o que, para que e onde eram guardados os livros que compõe o arquivo da Santa Casa:
*Livros de Porta: conta tudo sobre todos que entravam no hospital durante os anos: nome, idade, cor, etnia, doença, etc.
Livros de enfermaria: cada especialidade tem dois livros: uma para as mulheres e outro para os homens atendidos em cada enfermaria.
Livro de maternidade: sobre os bebês que ali nascem, de acesso apenas para pesquisa com autorização. Adotados não tem o direito de pesquisar ali para saber quem é sua mãe, por exemplo.
Livro do cemitério: nome e local de cada um que lá está enterrado.
Livro de óbitos: separados entre livres e escravos, contam motivo das mortes e dados dos mortos.
Livro da compra de propriedades do cemitério: famílias e pessoas que compraram áreas do cemitério, determinando o tempo: 3, 5, 10 anos... ou então perpétuo (que corresponde a 99 anos).
Nas prateleiras de cima temos ainda as certidões de óbitos, os livros da Roda dos Expostos, as inscrições de dotes das moças das rodas, alguns com fotos dela, um livro de regulamento da Roda dos Expostos, livro da irmandade, sobre os padres e freiras que ali passaram e outros livros administrativos.
Outra curiosidade são os documentos de partes do corpo que também estão enterrados no cemitério: braços, pernas, etc que foram amputados e também fetos.
No meio dessa sala ficam prateleiras com envelopes dos pacientes recentes, que ainda estão no hospital ou em tratamento.

Todo esse arquivo rico da história de Porto Alegre, e também do Rio Grande do Sul está guardado precariamente nessa sala, sem a necessária conservação e sem espaço, pois a sala é muito pequena.
Por isso, em abril de 2010 será inaugurado o Centro Histórico da Santa Casa, que ficará em outro local e que já vem sendo preparado. Segundo Vera, esse local será apropriado para as pesquisas, e será todo organizado.

E assim, terminou nossa visita, que nos foi útil para conhecer esse acervo todo sobre nossa história, tão ricamente detalhado, e também para instigar nossa curiosidade e vontade de ali voltar para futuras pesquisas.



Relato


Aluna: Fabiana de Miranda Rocha

Após a chegada de Vera Barroso que veio ao nosso encontro no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia, nos dirigimos à estátua do Irmão Joaquim Francisco do Livramento que foi um dos grandes idealizadores da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, já tendo fundado antes a Santa Casa de Misericórdia do Desterro, na ilha de Santa Catarina.


Estátua de Frei Joaquim



Entre as informações que recebemos de Vera, uma das principais é de que a Santa Casa foi criada com a idéia de tratar os necessitados, os que não tivessem condições de pagar por tratamento. Outra questão relevante é que a Santa Casa de Misericórdia foi o primeiro hospital de Porto Alegre, sendo também o mais antigo hospital do rio Grande do Sul.
A construção da Santa Casa com sua arquitetura portuguesa iniciou-se em 1803. A Santa Casa teve sua inauguração em 1826, admitindo, assim seus primeiros os primeiros enfermos.
Em 1837 a Santa Casa também passou a cuidar das crianças expostas, ou seja, aquelas que eram rejeitadas por suas famílias e então colocadas na roda dos expostos.
Muitas outras instituições foram idealizadas e criadas a partir da Santa Casa como, por exemplo, a mais antiga maternidade do estado, a Maternidade Mário Totta que hoje é uma das unidades mais importantes do Hospital Santa Clara.
Passamos então ao local indicado pela Vera para vermos onde está armazenada grande parte da documentação da Santa Casa. O local onde a documentação é armazenada atualmente existe desde 1988 e encontra-se lotado de estantes com arquivos e livros muito importantes. Vera mencionou que tal espaço foi criado para armazenar documentação por no mínimo 30 anos, mas que em 5 anos de armazenamento já se encontrava lotado. Na visita a este local pudemos ver em algumas estantes, os códices, livros/porta dados dos pacientes. Também visualizamos as documentações relativas à maternidade e ao berçário e nos foi informado que tais dados podem ser apresentados, caso reivindicado, somente às mães, pois este direito é somente das mesmas e de mais ninguém, salvo casos de processos judiciais. Outra questão mencionada foi a questão da escravidão: apenas escravos libertos poderiam gozar do atendimento da Santa Casa de Misericórdia, escravos não libertos teriam que ter seu atendimento em tal local pago por seus donos e estes, por sua vês, teriam que os libertar para que pudessem receber o atendimento da Santa Casa, e também não se misturava a as certidões de óbito dos escravos às de pessoas livres. Vimos o livro com registros referente às moças que haviam sido expostas e abrigadas pela Santa Casa e que se casariam, pois os noivos destas recebiam dote (muitos até fugiam com o dote).
Em um outro ambiente que visitamos, nos foi mostrado o livro de porta com vários dados das pessoas que entravam na Santa Casa. Pudemos ver uma demonstração do acervo fotográfico, o registro do sepultamento de pessoas livres e o dos escravos que, como mencionei, eram separados. No livro de registros dos escravos constam poucos dados como nome, sem sobrenome. Vimos o livro com informações sobre as crianças deixadas na roda dos expostos (algumas crianças chegavam bem enfermas, outras muito bem e até com enxoval completo, entre outros pertences). Após chegarem à Santa Casa as crianças eram destinadas a ficar com mães de criação até os sete anos de idade. Após, retornavam à santa Casa de Misericórdia. As meninas aprendiam ofícios domésticos e os meninos eram enviados ao arcenal de guerra.
Concluindo a visita, Vera reafirmou o convite que já nos havia feito sobre fazermos nova visita logo que for inaugurado o centro cultural que está sendo providenciado em parte dos prédios históricos da Santa Casa de Misericórdia.





Relato



Aluna: Priscila de Abreu Bortoletti



No primeiro momento, foi contado que na Santa Casa tem alguns lugares invocadores das memórias e lembranças da história dela. Então, nos é mostrado à estátua do Irmão Joaquim Francisco do Livramento, monumento inaugurado em 13 de dezembro de 2000. Esse irmão idealiza em 1498 em Portugal, a criação da Santa Casa.
O local onde estávamos era o primeiro prédio construído, porém não parecia porque a arquitetura foi mudando (arquitetura portuguesa).
Mais ou menos em 1790, já se tinha a casa de forma improvisada para atender aos marujos, que desembarcavam de seus navios no Guaíba, doentes.
Em 1804: construído o primeiro prédio, entretanto o mestre de obra morre e não é encontrada a planta, que antigamente era chamado de risco, onde havia sido organizada a construção do prédio. Sendo continuada a construção só em 1814 e sendo oficialmente inaugurada com o quadrilátero pronto em 1826.
Em 1930, o atendimento a saúde era nesse quadrilátero. E nesse mesmo ano é inaugurado o hospital São Francisco que fica ao lado da capela.
Após essa rápida aula histórica, fomos conhecer o acervo:
A documentação está nesse espaço desde 1988. Não demorando cinco anos o espaço já estava lotado de arquivos.
Nas prateleiras tem codicis (livros encadernados): nesses tem todos os tipos de registros desde as doenças até relato das enfermarias, datadas há muito tempo.
No acervo tem os livros da porta: uma pessoa ficava na porta perguntando o nome, nacionalidade, causa pelo que veio procurar a Santa Casa, sendo esses arquivos muito procurados por historiadores, pessoas que fazem serviços sociais, geólogos, por ter registros de causas de doenças e de famílias imigrantes, que foram tratados ali.
Tem também os dados da maternidade e berçário: registros privados pelo direito constitucional que a mãe tem de ocultar ou não a sua identificação, ou seja, se alguém chega com vontade de saber quem é sua mãe e querer olhar nesses livros, que tem o registro de todos os nascimentos tidos até hoje na Santa Casa, não poderá mexer a não ser que venha com um processo autorizado pelo juiz. Porque só a mãe tem acesso a esses dados.
O que ocorria há alguns anos atrás, é que as mães procuravam a Santa Casa para ter o filho, pois sabiam que podiam abandoná-los nesse local, que teria misericórdia e doava as crianças.
Se essa documentação se torna objeto de pesquisa histórica, o pesquisador deverá ocultar o nome das pessoas utilizando pseudônimos.
Possui também neste acervo a documentação da Roda dos expostos que existiu de 1837 – 1940, com a finalidade de acolher e proteger as crianças abandonadas, conhecida como “A Casa da Roda dos Expostos”. Tendo esse nome porque as crianças eram colocadas dentro de uma roda de madeira que havia no buraco de uma janela, para o abandono.
Essa casa existiu até o ano de 1940, sendo substituída pelo “berçário”, na Maternidade da Santa Casa. E as moças que nasceram na roda e desejavam casar eram disputadas no casamento, tendo no registro da Roda a foto delas. Luciana de Abreu está nesses livros de registros dos que nasceram ou foram largados na Roda. Todos esses são manuscritos, por serem atas, pertencendo à administração da Santa Casa.
Documentação dos óbitos: Óbitos de escravos e livres eram registrados separadamente. Todos esses registros são do cemitério e a certidão de óbito tem desde 1918.
Tem também documentos separados por caixas como: caixa azul- documentação da direção médica; caixa amarela- direção administrativa; caixa verde- relatório da provedoria. E o resto da documentação próxima a essas é as do cemitério que não estão em caixas.
O último momento foi à visualização de algumas documentações com grande importância da Santa Casa e de Porto Alegre.
O primeiro foi o Livro de Porta da Santa Casa, o sujeito que chegava tinha que dar o seu nome, nacionalidade, sobrenome, muitas vezes até o endereço. Documentação como já havia citado muito procurado para pesquisa principalmente por pessoas que trabalham com a imigração do Rio Grande do Sul, porque tem registros de pessoas vindas da Turquia, Alemanha, França...
O segundo foi o das fotos, que antes impressas tem quinze mil e hoje com máquinas digitais mais de 30 mil fotos. São fotos de tudo quanto é lugar: enfermarias, fachadas...
As fotos para serem guardadas eram colocadas no meio de uma folha que possuía uma espécie de envelope transparente para conservação, atualmente são utilizadas pastas onde a foto é posta dentro de sacos plásticos transparente.
O terceiro: registro de óbitos de pessoas livres, que eram atendidas gratuitamente. Pois o papel da Santa Casa era e é atender as pessoas que não tinha e não tem condições de pagar. Nesse registro tem nome, sobrenome, nacionalidade...
Registro de óbitos de pessoas escravas: os escravos só eram atendidos mediante pagamento do senhor, que tinha condições de pagar, entretanto se era muito caro dava a carta de euforia e esse era doado a Santa Casa. O campo santo era o lugar onde se enterrava os escravos, sendo a parte pobre do cemitério que tem apenas um número indicando que tem uma pessoa enterrada ali e é assim até hoje, mostrando as diferenças sociais que são gritantes mesmo depois de morto. Desmerecendo o que às vezes escutamos de algumas pessoas: “Depois que morre vai tudo para o mesmo lugar”, será?
No registro dos escravos tem apenas o nome da pessoa e não existia apenas escravidão negra tinha brancos escravos também.
Quarto e último documento observado: Documento da Roda dos Expostos: possui registro das crianças que eram deixadas, escrito de forma detalhada suas características físicas, e os acontecimentos importantes como o batizado, pois nesse dia ganhavam os padrinhos, que eram irmãos da irmandade, sendo que às vezes os próprios padrinhos davam o dote.
Nessa época até o casamento as moças tinham de ser virgem, se engravidavam eram levadas para fora do país e após o nascimento da criança a abandonava na Roda.
Entre sete e oito anos os meninos da Roda eram encaminhados ao Arsenal de Guerra da Província onde aprendiam algum ofício e as meninas permaneciam na Casa da Roda trabalhando como Amas de Criação e aprendendo uma profissão (doméstica).
Até a década de 40, era feito um sorteio entre as moças, porque o dote era concorrido. Os homens que desejavam casar com as moças não poderiam ter muita diferença de idade.
Para encerrar nossa saída a campo, a Vera Barroso trouxe o livro dos 200 anos da Santa Casa e nos mostrou a foto do local onde ficava a Roda para ser largada a criança, explicando detalhadamente como era essa Roda.
Foi muito interessante essa visita ao arquivo histórico da Santa Casa, pois ainda temos tanto o que aprender sobre a história de Porto Alegre, que às vezes chegamos a pensar que já sabemos tudo sobre o assunto.
Valendo lembrar que o mês de outubro tem a comemoração do aniversário da Santa Casa, a mais antiga misericórdia do Rio Grande do Sul.





Relato


Aluna: Cristiane Camargo Gimenes


Ficou combinado que iríamos visitar a Santa Casa para conhecer um pouco mais da roda dos expostos a partir de documentos históricos e também aprofundar o conhecimento de como esse hospital, que é referência no Rio Grande do Sul, foi fundado e que hoje é patrimônio cultural.
Reunimos-nos no pátio onde lá está a estátua do fundador da Santa Casa de Misericórdia Irmão Joaquim Francisco do Livramento. Essa Imagem foi doada pela prefeitura de Porto Alegre em homenagem ao idealizador da Santa Casa. A estátua é situada no quadrilátero, onde foi construído seu primeiro prédio, nesta parte é visível a arquitetura portuguesa, pois o modelo de Santa Casa foi fundado em Portugal e ao se espalhar pelo mundo trouxe consigo seus traços arquitetônicos.
A turma se dividiu em dois grupos, nos revezamos para visitar o acervo, pois o espaço é pequeno, uns ficaram com a professora Simone e os outros foram visitar o acervo com a professora Vera Barroso que é historiadora e trabalha na Santa Casa.
Visitamos a área de documentação, onde cada estante e prateleira têm um código. Os documentos manuscritos que contém os registros datam de 1860 á 1970.
A professora nos mostrou uma prateleira onde fica a documentação da maternidade e do berçário. Ela nos explicou que somente a mãe tem o direito e acesso ao acervo. Ninguém tem acesso aos arquivos, nem mesmo o(s) filho(s), salvo-se com autorização judicial. Esse material pode ser utilizado para pesquisa, porém o pesquisador deverá ocultar os nomes verdadeiros dos pesquisados, usando um pseudônimo.
Dentre a documentação, encontramos os “livros de porta”, e oferecem muitas informações que servem para o estudo de historiadores e pelos pesquisadores, que a utilizam para o resgate da árvore genealógica e ou a busca de conterrâneos.
A Santa Casa de misericórdia atendia os desvalidos e os escravos, porém o atendimento ao escravo se dava mediante o pagamento do seu senhor. No momento em que o negro era alforriado, ele era atendido gratuitamente. Muitos donos de escravos doaram seus homens para Santa Casa à medida que não conseguia pagar pelo tratamento deles.
Todos os óbitos registrados no cemitério da Santa Casa estão arquivados e são separadas por sepultamento de pessoas livres e escravos. No livro de sepultamento é registrado o nome e o sobrenome e endereço do falecido, no livro de sepultamento dos escravos continha somente o nome e mais nada.
A roda dos expostos existiu de 1837-1940, também é encontrada nesse acervo. O livro (movimento da roda dos expostos) é o registro das crianças que eram deixadas na roda e o relato de como eram encontrada essas crianças, em quais condições, o dia, e a hora que a criança foi deixada. Muitas dessas crianças foram apadrinhadas ou adotadas (ás vezes pela própria família que auxiliava em segredo). Podiam ficar até os sete anos fora da Santa Casa até que então retornavam. Os meninos eram mandados para o arsenal de guerra e as meninas ficavam para aprender os afazeres domésticos e assim casar. Como era difícil casar uma “menina exposta”, a Santa Casa começou a oferecer dotes, incentivando o casamento delas. Em 1940 foi fechada a roda dos expostos.
Foi muito importante conhecer um pouco da história da Santa Casa, como ela foi fundada e que o seu objetivo era realmente ajudar as pessoas com necessidades, os desvalidos, os negros (alforriados), as crianças expostas e toda e qualquer pessoa que precisasse de misericórdia.




Relato


Aluna: Manoela Sfalcin


Começamos a visita, vendo a estátua de Joaquim Francisco do Livramento (Livramento não é sobrenome, ele vem de Nossa Senhora do Livramento); ele idealizou e fundou a Primeira Santa Casa de Misericórdia do Rio Grande do Sul. A Santa Casa foi idealizada em 1498, pela Rainha de Portugal que sugeriu ao Rei que criasse uma casa para abrigar os doentes, os idosos e as crianças abandonadas, todos carentes. Como essa Fundação tem origem em Portugal, os primeiros prédios da mesma em Porto Alegre revogam a arquitetura Portuguesa.
A construção desta Fundação começou em 1804, em 1809 faleceu o engenheiro responsável pela obra e não se achava a planta da mesma. Em 1814 recomeça a obra e é construído o primeiro quadrilátero.
O Rio Grande do Sul nessa época era um local de muitas guerras. Existiam muitos hospitais de campanha para socorrer as vitimas das batalhas. Porém o primeiro hospital do estado foi a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Continuando a visita, conhecemos parte do arquivo histórico da Santa Casa. Alguns dos materiais a que tivemos acesso foram: Livro de entradas de pacientes no local (registros de pessoas de várias nacionalidades – imigrantes; os escravos não eram considerados gente e sim mercadorias, portanto não eram atendidos na Santa Casa a menos que seus senhores pagassem pelo serviço; os livros de óbitos dos brancos e negros eram separados); Livros de Registros, os escravos não tinham sobrenome, eles levavam o nome da família que era dona dos mesmos. Exemplo: família Silva, os escravos eram “fulanos da Silva”, ou seja fulanos da família Silva; Livro da Roda: era anotado tudo o que dizia respeito a criança deixada na Roda dos Expostos desde a data, o horário, os pertences que ela trazia (roupas, jóia, bilhete, objetos, entre outros), colocava-se também o estado de saúde dos pequenos, obs: boa parte deles morria assim que era deixada lá.
Nos arquivos existem vários tipos de Livros de Registros do que acontecia na Santa Casa, eles vão desde registros de todas as pessoas que adentravam no hospital, cirurgias, partos, entre outros. Outro ponto interessante é que as alas do hospital eram divididas em masculino e feminino. O arquivo conta com a documentação de quem veio se tratar na Santa Casa desde os anos 1820 -1825.
Esta foi a nossa visita ao arquivo histórico da Santa Casa.




Relato


Aluna: Greice Hochmuller


Visitamos pela manhã o Arquivo Histórico da Santa Casa de Porto Alegre, chegamos por volta das 10h. e 30m. Aguardamos por alguns minutos a professora e historiadora Vera Barros chegar ao local. Enquanto a professora Vera se dirigia para onde estávamos, observamos o pátio interno da Santa Casa que notei ser bastante ensolarado, com uma ótima circulação de ar, observei que havia algumas estátuas e ainda uma gruta com imagens e velas. Ao chegar à Santa Casa, a professora Vera nos levou para junto de uma daquelas estátuas que estavam posicionadas no pátio do Hospital. Embaixo das sombras das árvores nos contou um pouco da história desta Instituição e até mesmo sobre a arquitetura que como havia dito era bem arejada. Contou-nos que aquele tipo de construção que privilegia a entrada de sol e ar com o pátio no centro dos outros prédios é proveniente de Portugal, onde a Santa Casa foi idealizada. Antes da sua chegada, Porto Alegre não tinha nenhum sistema de saúde menos ainda um Hospital, apenas como nos contou a professora Vera, duas pessoas benemerentes que ajudavam os moribundos, atendendo estas pessoas em suas casas. Eram como curandeiros que usavam plantas medicinais para curar pessoas doentes e as prostitutas da Rua dos Pecados, atual Voluntários da Pátria. A estátua em que nos aproximamos era do Irmão Joaquim Francisco do Livramento, o fundador da Santa Casa em Porto Alegre. Irmão Joaquim ao chegar nesta cidade, percebeu que não havia nenhuma casa para atender a população e os marinheiros doentes que atracavam. Percebendo a necessidade de construir um lugar para dar atendimento aos doentes fundou assim em 1804 a Santa Casa de Misericórdia em nossa cidade. Portanto, a história da Santa Casa está intimamente ligada à história da nossa Cidade, Estado e é reconhecida até mesmo mundialmente por seus transplantes pioneiros na América Latina. Após essa breve síntese da história da chegada da Casa à Porto Alegre, nos dividimos em dois grupos para entrarmos no arquivo histórico. Fiquei no grupo que primeiro observou os livros de óbitos, entradas e o livro do Movimento da Roda dos Expostos. Uma funcionária do Arquivo nos explicou sobre estes livros e a funcionalidade de cada um como o livro de entrada que descrevia a nacionalidade do paciente, a sua profissão e a sua data de nascimento, observamos que muitos eram estrangeiros vindos da Europa. Neste livro não havia distinção escravos, libertos e homens livres estavam na mesma lista, no entanto, o livro de óbitos era classificado entre homens livres e escravos. O livro do Movimento da Roda dos Expostos, que era o mais aguardado por mim, relatava a entrada da criança na Santa Casa desde a sua chegada até a sua saída. Ouvimos uma das narrativas do livro, em que o bebê havia chegado muito debilitado a Santa Casa e que o primeiro cuidado que tiveram foi batizar a criança, que veio a falecer após o batismo. Notamos a grande preocupação com o batismo para garantir a entrada daquela criança no céu. Estes livros certamente são importantes para a história da nossa cidade, pois nos mostra a sociedade da época, a grande circulação de estrangeiros, a distinção quanto aos escravos e homens livres, as doenças que assolavam a população da época e ainda pode ser fonte de pesquisa para busca de genealogia. Após observarmos estes livros o grupo a que pertencia foi guiado pela Professora Vera para o arquivo em si da Santa Casa, claro que apenas uma parte dele, pois com tantos anos de funcionamento a Santa Casa coleciona um imenso Arquivo Histórico que em breve será organizado em um espaço especifico para depositar todas estas memórias. Esta parte do arquivo da Santa Casa já está repleto de livros e documentos que ficam em uma ilha de estantes. Neste local tivemos contato com o livro de registros dos dotes dados as meninas expostas que estavam em idade de casar, no livro está especificado o nome da moça a data de entrada na Santa Casa e o valor dado para o dote. A Roda foi construída em 22 de novembro de 1837 com a intenção de dar abrigo e cuidados para as crianças abandonadas e toda sua trajetória esta nos registros sobre os expostos que trazem descritos inclusive objetos pessoais com que a criança chegava da roda como correntes de ouro e envoltos em tecidos caros. Muitas vezes juntamente com o bebê vinha também uma carta pedindo que a criança tivesse determinado nome e especificava também os seus padrinhos, o que indica que esta criança provavelmente era fruto de uma união extraconjugal de uma família com posses da classe alta. Estas crianças chegavam a Santa Casa oriundas de diversas famílias de diferentes camadas, não apenas os pobres abandonavam seus filhos, mas em uma sociedade tradicional, como a da época, era considerado indecoroso um filho fora do casamento ou antes da moça se casar devida a jactância empregada a virgindade. A solução era abandonar esta criança na roda preservando a identidade dos pais. As crianças chegavam freqüentemente doentes e debilitadas, muitas não sobreviviam o que nos faz ver a compaixão da Santa Casa às crianças que possivelmente seriam abandonadas sem nenhuma proteção. Este reconhecimento das boas ações praticadas aos bebês foi recentemente abordado como uma salvação para o abandono infantil. A Roda voltou a ser citada como a solução para o abandono das crianças questão esta que foi amplamente debatida e muitos apoiaram uma volta do movimento da roda com a intenção de abrigar e cuidar das crianças abandonadas. Até a nossa visita e conversa com a professora Vera legitimava este retorno da Roda dos Expostos para evitar o abandono e até mesmo a morte destas crianças, como muitas vezes já vimos nos noticiários. No entanto, a posição da professora Vera, que merece reconhecimento pelos seus anos em contato com a história do movimento, da história dos expostos e da Santa Casa, acredita que a Roda não seria uma solução adequada para o abandono, pois pelo fato de manter o anonimato de seus pais a Roda não possibilita o contato com a origem das crianças. Esta visita me fez refletir sobre a importância de saber a nossa origem, de onde vim a quem pertenço. O anonimato proporcionado pelo Movimento era beneficio para os pais da crianças e para criança, pois esta receberia um acolhimento, mas por outro lado estas crianças jamais teriam um vínculo familiar. Mesmo que não participe de uma família e que tenha a consciência do abandono saber de onde se vem desmitifica a impressão de exclusão o que o Movimento da Roda não permite com o sigilo da identidade dos pais, ou seja, corta qualquer elo com o passado e a origem. Por mais que o processo de adoção no Brasil seja lento e burocrático, ele possibilita que o adotado saiba da sua família e até mesmo a possível procura por seus familiares. Portanto o Movimento da Roda tem grande importância histórica sim, pelo fato de ter dado atenção as crianças que provavelmente teriam um fim trágico, porém não seria a solução para o abandono infantil. A visita a Santa Casa despertou em mim muitos questionamentos e curiosidades que antes da visita não tinha. Creio que foi muito significativo este contato direto com a história destas crianças, porque pude até mesmo fazer conexões com o livro que estamos lendo do Áries vendo a importância do batismo, o sentimento de compaixão pelas crianças e características das famílias tradicionais, foi realmente uma experiência marcante.



Relato


Aluna: Ângela Gieseler


Começamos a visita vendo a estátua de Joaquim Francisco do Livramento, onde a professora Vera Barroso nos contou um pouco sobre a história da Santa Casa. Ela nos contou que até início do século XIX Porto Alegre não dispunha de nenhum hospital, e os doentes eram atendidos em seus domicílios ou em enfermarias precárias. Chegando à cidade de Porto Alegre e vendo a situação em que a saúde se encontrava ali, o Irmão Joaquim Francisco do Livramento Porto Alegre pede autorização Real em Portugal para criar-se uma Santa Casa.
Em fins de 1803 a construção da sede foi iniciada, sob direção do Brigadeiro Francisco João Rocio até que em 1806 o Brigadeiro vem a falecer, no entanto as pessoas não conseguiriam dar continuidade a obra pelo fato de não acharem a “planta” do prédio.
Apenas em 1814 a obra é retomada e em 1826 o prédio é oficialmente inaugurado, no entanto antes mesmo de sua inauguração a Santa Casa já atendia doentes em uma ala improvisada.
A partir de 1837 a Santa Casa passou a cuidar dos infantes expostos, ou seja, crianças que eram abandonadas em uma roda chamada Roda dos Expostos - um compartimento de madeira giratório com uma abertura voltada para a via pública, onde algumas mães abandonavam seus bebês. Esta roda existiu até o ano de 1940 e acolheu neste meio tempo muitos bebês que eram criados por irmãos da irmandade sendo chamados de padrinhos das crianças, eram estes que, muitas vezes, pagavam o dote que ajudava a dar início a uma nova vida após o casamento.
Estas crianças muitas vezes eram abandonadas apenas com uma toalha ao redor de seu corpo, porém em alguns casos chegavam com um enxoval completo, medalhinha de ouro e nome. Ao chegar, todas eram identificadas relatando o seu estado de saúde, estado físico, a hora, e futuramente, qual padrinho o acolheu e o seu nome. Assim que completavam 7 anos os eram encaminhadas ao arsenal de guerra - atual museu militar – e as meninas aprendiam lições domésticas.
Em Abril de 1850 foi fundado o Cemitério da Santa Casa de Misericórdia. A sua construção era um pedido – quase uma exigência – dos habitantes da vila ao então presidente da Província, general Luis Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias. Era preciso reservar um lugar digno ao sepultamento de cidadãos livres e de escravos, já que até então só existia o cemitério “carneiro” que foi o primeiro local onde foram enterrados os mortos da recém fundada Porto Alegre. Este cemitério ficava à margem onde hoje é a Rua Espírito Santo, nos fundos da Cúria Metropolitana. Os mortos eram sepultados em covas rasas no terreno íngreme, suscetível à chuva, que removia a terra e deixava ossadas e corpos à mostra. Para horror dos habitantes, não era raro ver os cães desfilarem pela vila abocanhando ossos e carne humana. A Câmara então aprovou a compra do terreno o mais distante possível do centro da cidade naquela época, na Colina da Azenha, onde hoje é a Avenida Oscar Pereira.
Passamos então a um local onde armazenavam todos os documentos da Santa Casa. Este local foi construído em 1988 e foi criado para guardarem-se documentos por mais ou menos 30 anos, no entanto em apenas 5 anos este já se encontrava lotado. Ao visitar esta seção, pudemos ver documentos manuscritos encadernados de todos os anos relativos ao berçário, relatos das crianças deixadas na Roda dos expostos, certidões de óbitos (óbitos de escravos e livres eram registrados separadamente) e livros de porta (quando um paciente ingressava na Instituição ele deveria responder a uma espécie de questionário com perguntas como: nome, cidade, nacionalidade e o motivo pelo qual estava ingressando no hospital. Estes questionários eram muito procurados por biólogos, antropólogos, historiadores e pessoas que realizam trabalhos sociais.)
Ainda nos explicaram que a Santa Casa atendia principalmente as pessoas que não tinham condições de pagar o seu tratamento. Já os escravos só poderiam ser atendidos se o seu dono pagasse o tratamento, porque eram considerados mercadorias e não pessoas. Muitas vezes o tratamento saia muito caro e o dono/patrão do escravo achava que este não iria sobreviver, para não ter maiores custos acabava fazendo uma carta de euforia doando-o para a Instituição. Em alguns casos este escravo sobrevivia sendo então engajado no trabalho do hospital.
Atualmente está sendo criada um grande centro cultural, que deverá contar com uma pinacoteca de retratos de personalidades ligadas à história da instituição, contará também com livros de óbitos, registros dos infantes expostos, prontuários médicos, livros de porta, dentre outros. Fomos convidados para conhecê-lo assim que este for inaugurado em abril de 2010.
Esta visita ao arquivo histórico da Santa Casa foi muito interessante e certamente ficará marcada para mim.

Imagem da Santa Casa de Misericórdia em meados do século XIX


Relato

Aluna: Andressa

Iniciou a visita pela estátua de Joaquim Francisco Livremento, doada pela Prefeitura de Porto Alegre.Falado de como foi planejado (idealizada em 1498 em Portugal) e construída, junto com todos os problemas que houveram durante todo processo da obra. Inclusive com a morte do mestre de obras em 1809. Apenas cerca de 5 anos mais tarde a obra foi retomada. E oficialmente inaugurada em 01/01/1826.Logo após breve apresentação sobre a roda dos expostos, falando da rua dos pecados e das inúmeras crianças ressachadas. Dos golpes dos dotes que alguns aventureiros malfeitores aplicavam as jovens expostas.Falou-se da importância da santa casa nos cuidados de escravos e posteriormente dos homens da guerra.Visitamos o arquivo histórico contendo cada parte dessa magnífica Casa que se mistura a história de nossa capital. A Santa Casa é hoje uma hospedeira de grandes lembranças de acontecimentos históricos, um arquivo vivo do passado, uma forma ampla para todas as áreas de estudos. Essa visita foi de muita importância, pois contribuiu muito com o entender da época passada.

Relato

Aluna: Francielem Boeira Piano.

A Santa Casa é um local muito importante para entender-mos a história do Rio Grande do Sul, pois tudo se passava aos aredores e junto a Santa Casa.

Ela foi fundada em Portugal dois anos antes de Pedro Alvarez Cabral chegar ao Brasil. Aqui em Porto alegre ela foi fundada em 1826 embora ter sido começa em 1804, que por motivo de falecimento do mestre de obras ela só foi concluída em janeiro de 1826.

Um dos contribuíntes de grande importância foi o Irmão Joaquim Francisco do Livramento,que hoje é homenageado com uma estátua sua no pátio da instituição.

Tem um arquivo de dois andares onde pode-se encontrar toda a documentação da Santa casa. Neste arquivo há documentos manuscritos, registros de doenças, enfermarias, óbitos de escravos e livres que são separados por pilhas, o livro porta,o livro da roda dos expostos e o livro das moças,quando se casavam.Há também documentos de 1770 à 1743 que são mais raros.

Existe até hoje uma lei para manter a privacidade da mãe que deixou o seu filho na roda.Esta lei determina que ninguém pode ter acesso ao registro da roda para descobrirem quem foi que abandonou a criança, a não ser que a mãe autorize ou que entrem com um pedido na justiça a ser analizado.

No livro Porta, era registrado o local e o nome das pessoas que chegavam à Santa Casa, independente do que procuravam.

Tinha também os Livros dos óbitos dos livres e dos escravos, no livro dos escravos era simplismente escrito o nome do escravo, sem formalidades, já no livro dos livres era posto o nome e sobrenome com formalidades.

A entidade atendida a quem não tivesse condições de pagar.Os escravos eram atendidos mediante ao pagamento dos donos, porém tinham uns que estavam numa fase mais avançada da doença onde a cura era muito difícil de aconteçer e seus donos não voltavam para busca-los, os deixavam como uma forma de doação, os que sobreviviam ajudavam com os serviços físicos. os escravos quando chegavam ao brasil eram separados das famílias, para que não conseguissem se comunicar evitando uma revolta futura.

No documento da Roda eram registrados vários ítens, a cor, hora, se tinham alguma doença e o batizado. Havia uma grande mortalidade pois muitos bebês chegavam muito doentes, e não sobreviviam nem um dia. No batismo eles recebiam o sobrenome dos padrinhos que eram pessoas de dentro da casa, pessoas ricas ou as vezes até os "próprios pais".

Logo após que chegavam eram enviados para as mães de criação e ficavam com estas até os 7 anos,após voltavam. os meninos passavam a trabalhar no arcenal de guerra e as meninas passavam a aprender a serem donas de casa,para quem sabe conseguirem casar.

A roda é fechada na década de 40.

Relato

Aluna: Scheyla C.da Silva Limas.



No dia 29 de setembro, aproximadamente às 10h da manha chegamos no complexo hospitalar Santa Casa da Misericórdia , onde nos encontramos com a professora e historiógrafa Vera Barroso, responsável pelo centro histórico da Santa Casa.

Primeiramente fomos até a escultura do Irmão Joaquim do Livramento, um dos responsáveis pela criação da Santa Casa em Porto Alegre. Após ela ter falado um pouco sobre a história e a arquitetura da Santa Casa , fomos dividido em dois grupos. Eu fiquei no grupo que foi primeiro na sala onde estavam alguns livros de mostruário, onde olhamos mais de perto, nessa sala estava Gabriela que nos mostrou explicando alguns arquivos, como : livros de sepultamento, fotos da Santa Casa, que a pouco tempo foram restauradas. Vimos também o livro de entrada dos doentes e o livro de registros da roda dos expostos, esse arquivo por mim foi o mais esperado.

No livro da roda era registrado o dia que a criança havia chegado, o objeto que acompanhava a criança, na maioria das vezes definia a que família e classepertencia. No livro também relata o batismo e quem eram os padrinhos. Segundo os relatos do livro muitas vezes à criança chegava tão inferma que só dava tempo de batizar.

Depois de conhecer um pouco dos livros históricos da instituição, fomos até o acervo . um ambiente muito pequeno e abafado, para quantidade de arquivos . Fiquei muito deslumbrada com a riqueza histórica que ali existe, a professora Vera mostrou o que eram cada um daqueles arquivos , livros de , que somente a mãe que deu a luz pode ter acesso, livros de óbtos de pessoas e de´´ pernas´´, significava o enterro de uma parte do corpo que havia sido amputada de alguém, no tempo de guerras era isso era muito comum. No meio dos arquivos havia até mesmo livros administrativos e de compra e venda de propriedades.

Por ser um espaço pequeno e com muito material arquivado, não foi possível ter um contato mais direto com os arquivos , mas fomos convidados pela professora Vera a ir visitar o novo arquivo da Santa Casa, que será inaugurado em abril de 2010 com uma estrutura própria para organizar esses arquivos tão imortantes.

Relato

Aluna: Flavia Novak

No dia 29 de setembro fomos visitar a Santa Casa para conhecermos um pouco de sua historia, primeiro a professora Vera Cabroso nos levou para a estátua de Joaquim Francisco do Livramento, o idealizador da Santa Casa. Nos falou da estrutura dos prédios, que foram baseadas nas de Portugal. Os prédios são dispostos em um quadrado, onde pega sol o dia inteiro tanto do lado de fora quanto do lado de dentro. Um dos prédios já tinha sido restaurado, e algumas partes foram construídas diferentes das originais.Depois nos dividimos em dois grupos, onde o meu foi primeiro na sala onde os arquivos ficam guardados, a professora nos mostrou muitos registros, os que me chamaram mais atenção foram os de óbtos dos escravos e homens livres, e os da maternidade, onde só as mães que deram a luz no hospital tinham acesso e poderiam dar permissão para serem lidos.Depois fomos para outra sala que a Gabriela, uma auxiliar da professora Vera, nos mostrou alguns livros, para mim o que mais chamou atenção foi o livro dos escravos e o que falava sobre a roda, a professora leu uma parte onde dizia a entrada de um bebe, que foi batizado e logo após sua entrada ele faleceu.Ele disse que muitas crianças já entravam com alguma doença, o que facilitava suas mortes.Fomos convidadas a irmos ao passeio no cemitério da Santa Casa, onde há túmulos de muitos que faleceram lá.

Relatório


Aluno: Marcelo Gules Borges

Nossa atividade de vista a Santa Casa iniciou com a visita estátua da praça central do Hospital. Trata-se de Joaquim Franscisco do Livramento, idealizador e Fundador da Santa Casa. Vera Barroso, historiadora do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa nos apresentou elementos importantes da fundação e do contexto histórico do surgimento daquele complexo. A Santa Casa foi inaugurada em 1826.
Segundo a historiadora, as Santas Casas são espaços pensados desde Portugal no século XV, com o objetivo de atender os necessitados (crianças, velhos, doentes, pobres, etc.). Porto Alegre, historicamente teve seus espaços de atendimento, tornando-se a Santa Casa seu principal local deste tipo de atividade.
Posteriormente, nos dirigimos ao arquivo da Santa Casa. Espaço interessante onde podemos encontrar documentos de porta do hospital. Vera Barroso destacou que ali diversos pesquisadores têm encontrado dados para pesquisas em diferentes áreas do conhecimento. Dados sobre a roda dos expostos e sobre escravos e escravos livres chamaram bastante atenção, evidenciando um contexto histórico marcante me nossa história.
Ao sairmos do arquivo, fomos assessorados por outra funcionária daquele setor da Santa Casa. Gabriela nos apresentou documentos interessantes que mostravam a relação dos escravos com aquele lugar. Muitos eram atendidos, caso seus donos pagassem pelo tratamento, outros eram “doados” para a Santa Casa. Depois de um tempo, ficavam muitos trabalhando ali mesmo.
Além disso, podemos conhecer algumas formas de conservação de materiais, como fotos e livros. Gabriela destacou os procedimentos para esta tarefa. Por fim, comentou sobre o cemitério da Santa Casa e sua importância histórica para cidade de Porto Alegre.

Relato

Aluna: Roberta Gueraa Fleck

Primeiro, fomos conduzidas por Vera Barroso (Livro: A Casa da Roda) à estátua de Frei Joaquim, idealizador e fundador da Santa Casa de Misericórdia. Logo, seguimos para uma sala de pesquisa com a funcionária do acervo. Lá, ela nos falou dos cuidados com o manuseio do material do acervo e nos mostrou, cuidadosamente com a proteção de luvas brancas, documentos históricos originais; como baixas hospitalares de escravos, o livro dos primeiros registros de visitas e internações da Santa Casa; além de um exemplar de um livro de registro das crianças deixadas na roda dos expostos. Em seguida, novamente conduzidas por Vera Barroso, fomos ao acervo histórico da Santa Casa. Percorremos os dois andares, e lá vimos registros históricos de óbitos, livros de dotes das meninas (já moças) que tinham sido deixadas na roda; além dos livros de registros de nascimentos, escravos adoentados, óbitos; tudo com a discrição responsável de nossa guia. Despedimo-nos satisfeitas com as descobertas e com o desejo de voltarmos para pesquisas mais detalhadas e curiosas.

Relato

Aluna: Bruna Lislie dos Santos

De inicio fomos conduzidos ate a estatua do irmão Joaquin do Livramento,que foi um dos responsáveis pela criação da Santa Casa em Porto Alegre. Nesse momento Vera Barroso que estava nos acompanhando nos contou um pouco sobre a história da Santa Casa. Em seguida fomos divididos em dois grupos, para conhecermos os lugares e os documentos históricos da casa.
Primeiramente nos encaminharam a uma sala onde fomos recebidos por uma funcionaria do acervo devidamente equipada para manusear os livros que estavam expostos. La vimos alguns livros como de baixas hospitalares de escravos e também de crianças da roda dos expostos, inclusive ela leu a chegada de uma criança da roda, no qual contava que a criança havia chegado doente, então logo se tratou em batizá-la, e na mesma noite a criança morreu.
Após, conduzidas por Vera Barroso, fomos conhecer outra parte da casa onde estavam guardados muitos arquivos históricos desde nascimentos a óbitos de pessoas que passaram pela Santa Casa. Descobrimos é muito difícil de ter acesso aos históricos de nascimentos, pois é muito respeitado o anonimato das mãe. Vimos também fotos de meninas da roda em um livro onde constava os dotes das mesmas. Todos estes arquivos nos foram mostrados em dois andares reservados para guardar os mesmos.
Adorei nossa visita a Casa, pois foi uma ótima forma de conhecermos um pouco melhor a história de Porto Alegre e também da Santa Casa.


terça-feira, 23 de junho de 2009

CRECHE FRANCESCA ZACARO FARACO

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Educação
Licenciatura em Pedagogia
Disciplina: EDU 01052 – História e Educação I
Professora: Simone Valdete
Alunas:Carla Giovana da Silva, Gabriela Maestri, Sabrina Flores.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa teve como finalidade levantar o histórico da Creche Francesca Zacaro Faraco, conhecida como creche da UFRGS, focando principalmente o contexto de sua criação. Procuramos nesse trabalho fazer uma breve apresentação sobre a educação infantil no Brasil, bem como o período em que vivia e as legislações a cerca da educação no período de inauguração da creche aqui citada. Os encaminhamentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa foram: visita a creche; pesquisa em documentos da instituição e outras fontes.

CONTEXTO HISTÓRICO E EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

Em 1967 foi criada, no Governo Costa e Silva, a Constituição Federal de 1967. Após, em 1971, durante o governo Médici, foi criada a Lei 5.692/71, que tratava da Diretrizes Curriculares da Educação Nacional. A Creche da UFRGS (Francesca Zacaro Faraco) foi criada durante o Governo Médici (novembro de 1969 a março de 1974).
• Ditadura militar (1964-1985)
As intervenções militares foram recorrentes na história da república brasileira. Antes de 1964, porém, nenhuma dessas interferências resultou num governo presidido por militares. Em março de 1964, contudo, os militares assumiram o poder por meio de um golpe e governaram o país nos 21 anos seguintes, instalando um regime ditatorial.
A ditadura restringiu o exercício da cidadania e reprimiu com violência todos os movimentos de oposição. No que se refere à economia, o governo colocou em prática um projeto desenvolvimentista que produziu resultados bastante contraditórios, tendo em vista que o país ingressou numa fase de industrialização e crescimento econômico acelerados, sem beneficiar, porém, a maioria da população, em particular a classe trabalhadora.
O general Emílio Garrastazu Médici dispôs de um amplo aparato de repressão policial-militar e de inúmeras leis de exceção, sendo que a mais rigorosa era o AI-5. Por esse motivo, seu mandato presidencial ficou marcado como o mais repressivo do período da ditadura. Exílios, prisões, torturas e desaparecimentos de cidadãos fizeram parte do cotidiano de violência repressiva imposta à sociedade.
Siglas como Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e Doi-Codi (Destacamento de Operações e Informações-Centro de Operações de Defesa Interna) ficaram conhecidas pela brutal repressão policial-militar. Com a censura, todas as formas de manifestações artísticas e culturais sofreram restrições. No final do governo Médici, as organizações de luta armada foram dizimadas.
Na área econômica, o governo colheu os frutos do chamado "milagre econômico", que representou a fase áurea de desenvolvimento do país, obtido por meio da captação de enormes recursos e de financiamentos externos. Todos esses recursos foram investidos em infra-estrutura: estradas, portos, hidrelétricas, rodovias e ferrovias expandiram-se e serviram como base de sustentação do vigoroso crescimento econômico. O PIB (Produto Interno Bruto) chegou a crescer 12% ao ano e milhões de empregos foram gerados.
A curto e médio prazo, esse modelo de desenvolvimento beneficiou a economia, mas a longo prazo o país acumulou uma dívida externa cujo pagamento (somente dos juros) bloqueou a capacidade de investimento do Estado. A estabilidade política e econômica obtida no governo Médici permitiu que o próprio presidente escolhesse seu sucessor: o general Ernesto Geisel foi designado para ocupar a Presidência da República.


Oficialmente, a pré-escola, como era chamada, esteve mais atrelada à área de saúde, da qual se originou e, posteriormente, à assistência social do que à educação.

É importante ressaltar que, do ponto de vista legal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4024/61, pela primeira vez, foram dedicados dois artigos à Educação Pré–Escolar. No entanto, uma vez mais o Estado se omitiu à sua responsabilidade, estimulando a iniciativa privada a atuar nesse setor.


CRECHE FRANCESCA ZACARO FARACO
A Creche Francesca Zacaro Faraco foi criada em 19 de maio de 1972, na gestão do 11° Reitor da Universidade, Professor Eduardo Faraco (5/1968 - 5/1972). Vale destacar que a década de 70 foi marcada por acirradas lutas das trabalhadoras reivindicando atendimento às crianças de zero a seis anos. Na UFRGS, este processo foi carreado, principalmente, pelas trabalhadoras e estudantes da área de enfermagem, o que justifica a instalação desta escola infantil no campus da saúde. A creche foi planejada para atender crianças de até 0 a 1 ano de idade, filhos de mães funcionárias, professoras e estudantes. No primeiro ano eram oferecidas 50 vagas e para a admissão da criança, além da idade era necessário que fosse normal e sadia. Caso o número de inscritos fosse superior ao de vagas era feita uma seleção. Nesta, além dos requisitos de saúde era considerada a condição sócio econômica. As crianças eram divididas em quatro berçários de acordo com a faixa etária e cada cinco crianças ficavam sob responsabilidade de atendente. Essa deveria transmitir afeto e segurança para que o bebê não tivesse um rompimento da normalidade do lar. A atendente era responsável pela alimentação, higiene e recreação. Todas essas atividades deveriam ter carinho permanente, palavras afetivas. A Creche era vinculada a Pró-Reitoria da Comunidade Universitária (PRUNI).
ALGUNS ACONTECIMENTOS IMPORTANTES:
- 1988: atendimento foi ampliado para a faixa etária de até quatro anos. Houve contratação de profissionais com formação específica, como pedagogos e psicólogos.
- 1991: a Creche foi novamente ampliada, passando a atender também crianças na faixa etária de quatro a seis anos.
- 1993/94 A Direção posterior foi a primeira escolhida de forma democrática pelos pais e funcionários, havendo uma preocupação por parte da comunidade de que os candidatos tivessem formação em Pedagogia, a fim de garantir o caráter pedagógico do trabalho junto às crianças. Nessa gestão, o trabalho pedagógico foi fundamentado principalmente na teoria de Jean Piaget, sendo adotada uma proposta construtivista. Tendo em vista as alterações na Constituição, a Creche passou a atender também os filhos de servidores homens, deixando de receber filhos de alunas.
- 1995/97 : A creche passou a fazer parte da PRORHESC (Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Serviços à Comunidade). Foi aprovado o Regimento Interno e implementado o Conselho Diretor, formado por pais, funcionários e direção, o qual passou a deliberar e normatizar questões de natureza política e administrativa da instituição.
- 2001/2005: Neste período foi concluída a proposta pedagógica e a Creche passou a ser vinculada à Pró-Reitoria de Ensino, através da Coordenadoria de Educação Básica e Profissional.
ATUALMENTE:
A instituição destina-se a filhos ou dependentes legais de servidores, ocupantes de cargo público ativo da UFRGS, na faixa de 0 a 5 anos. Atende cerca de 120 crianças. A seleção às vagas ocorre mediante avaliação sócio – econômica e entrevista, conforme edital publicado a partir do mês de novembro, onde constam as vagas para cada turma. As turmas estão organizadas de acordo com a faixa etária e têm as seguintes designações: Berçário, Maternalzinho, Maternal 1, Maternal 2, Jardim A e Jardim B. São oferecidas aulas de educação física três vezes por semana para cada turma, com duração de 45 minutos cada, sendo uma vez no turno da manhã e duas no período da tarde. A escola conta com direção e vice-direção e os seguintes setores: administrativo, pedagógico, saúde, psicológico e nutrição. Quanto ao aspecto físico, a creche possui: 3 pátios externos, oito salas de aula, sala da direção, da coordenação pedagógica, de atividades múltiplas, de vídeo, de amamentação, dois banheiros infantis, ludoteca, secretária, recepção, refeitório, cozinha lactário, lavanderia, setor de nutrição e vestiário .

Reflexões:
Durante a realização desta pesquisa pudemos aprender mais sobre as a educação infantil no Brasil bem como acompanhar a história da creche Francesca Zacaro Faraco. Fomos capazes de perceber que durante 36 anos de existência a creche passou por diversas transformações tanto físicas como pedagógicas, assim como a própria educação no país.

REFERÊNCIAS:

Documento datilografado em 1973 pela instituição.
http://www.ufrgs.br/creche/javascript:void(0)
http://www.unificado.com.br/calendario/12/ai5.htm
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/historia-regime-militar.jhtm

segunda-feira, 22 de junho de 2009

OS IDEAIS EDUCACIONAIS DA REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Gláucia R. Justo, Juliana Mesomo e Tiago Cortinaz

INTRODUÇÃO

Este exercício de pesquisa, realizado no marco da disciplina História da Educação no Brasil, tem como objetivo investigar, nos registros e documentos sobre o período da República Rio-Grandense (de 1835 a 1846), quais eram os ideais e projetos do grupo de pensadores e militares que levaram adiante a Revolução Farroupilha. Neste período a Província de São Pedro, atual estado do Rio Grande do Sul, esteve separada do Império brasileiro, proclamando ideais liberais e modernizadores, em contraposição às políticas e discursos da Monarquia brasileira, tida pelos revolucionários como opressora e atrasada.
As fontes consultadas foram bibliografia sobre o tema, como o livro “A Instrução Pública no Rio Grande do Sul (1770-1889)” e artigos sobre a educação pública no período revolucionário, além de consultas aos Anais do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e ao próprio acervo do Arquivo (no compêndio conhecido como “Coleção Varela”, onde constam documentos, cartas e artigos do jornal “O Povo”, que é importante por ser um dos diários oficiais da República Rio-grandense, onde foram difundidos os princípios dos farroupilhas e os atos do governo.

A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NA PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO

Com os jesuítas e suas escolas expulsos do Império brasileiro, A lei de 06 de novembro de 1772 cria escolas para o reino português e seus domínios, porém não inclui a Província de São Pedro. Iniciado o Primeiro Reinado, Dom Pedro, toma várias medidas em relação à Instrução: em 1823 decreta a reforma do ensino primário, estabelece a criação de uma escola de primeiras letras na Corte, onde se ensina pelo método Lancaster, ou mútuo. A Constituição de 1824 assegurava a gratuidade da instrução primária a todos os cidadãos e outra lei, que abrangia todo o país, em 1827, determinava que em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos haveria escolas de primeiras letras que fossem necessárias.
A Instrução Pública na Província estava em total atraso quando, por grandes descontentamentos, eclode o movimento revolucionário liberal, chamado “Farroupilha”. Havia, porém, no começo da década de 30, um grande interesse da Província em promover o desenvolvimento da educação na região, com algumas medidas tomadas, como contratação de professores e criação de aulas. Porém, os recursos e materiais humanos necessários eram escassos, quase inexistentes. Em 1834, através da Lei 16 do Império, de 12 de agosto, dá-se a descentralização do ensino primário e secundário, que é remetido à iniciativa das províncias, mas não há medidas paralelas quanto ao provimento de recursos, ficando essas decisões à cargo das administrações provinciais.
Com o advento do período revolucionário, iniciado em 1835, dois governos se constituem, um imperial e outro republicano, tendo ambos tomado medidas com relação à instrução do povo. Como veremos, o governo Republicano não se limitou a apenas manifestar premissas e decretar modelos amplos quanto ao sistema educacional, mas tomou medidas práticas, incentivando a promoção da educação.

CONJUNTURA

A Revolução Farroupilha está inserida dentro dos movimentos liberais que estão ocorrendo no Brasil e em toda a América, com as independências das antigas Colônias Espanholas se consolidando e inspirados pela influências do ideário europeu de esclarecimento, igualdade, liberdade, disseminado pelo triunfo da Revolução Francesa.
As elites rio-grandenses estavam descontentes com o Império há longa data, por várias questões, devido a todos os conflitos no Prata, os Imperiais usavam o maior contingente da província de São Pedro, sendo que os gastos ficavam, na maioria das vezes, por conta dos comandantes locais. Os produtores eram fortemente taxados, havia o imposto sobre a carne, o couro, o charque e a légua de campo, atingindo toda a elite local e aumentando o descontentamento.

Devido a esses descontentamentos e a crescentes tensões, no dia 20 de setembro de 1835, eclodiu a Revolução Farroupilha, que não era inicialmente separatista, somente se
desligando do Império e proclamando a República Rio-grandense no dia 11 de setembro de 1836, pelo então Coronel Antonio de Souza Neto, sendo eleito para presidente o Coronel Bento Gonçalves da Silva. O primeiro ato do presidente foi organizar provisoriamente as Secretarias de Estado (a do Interior, da Fazenda, do Exterior, da Guerra e da Marinha) e passou a tomar providências para o desenvolvimento da vida rio-grandense.

OS IDEAIS EDUCACIONAIS DOS REVOLUCIONÁRIOS FARROUPILHAS

Iniciaremos com o que diz na Constituição da República Rio-Grandense sobre a educação:
“A constituição também assegura e garante:
2 – A instrução primária, e gratuita a todos os cidadãos.
3 – Colégios, Academias e Universidades, aonde se ensinem as Ciências, Belas Letras e Artes”


O modelo de educação almejado pelos revolucionários, ainda que inspirados pelos mais nobres intentos republicanos, não deixava de ter caráter seletivo e elitista, como podemos ver pela gratuidade assegurada apenas para o ensino primário. Para a doutrina liberal do período isso não se apresenta totalmente estranho e, além disso, os grupos que levaram à cabo tal revolução eram as oligarquias detentoras de terras e meios de produção da época.

O Ministro de Estado dos Negócios do Interior, Fazenda e Justiça, Domingos José de Almeida, em agosto de 1838 enviou ofícios às câmaras municipais, que evidenciam a preocupação dos republicanos com a situação educacional rio-grandense:

“Convencido o Governo da República que só por meio da difusão das luzes e da moral é que podem prosperar e robustecer os Estados como este, baseados nos princípios representativos; e tomando em consequência por aquele motivo na mais séria consideração a educação e instrução da mocidade rio-grandense, inteiramente derrocadas em todos os pontos do Estado pelas vicissitudes de uma guerra de três anos qual a que sustentamos contra os opressores de nossa liberdade e independência; determina que V. Mcês., pondo em vigorosa ação o patriotismo e mais qualidades que o distinguem, façam instalar provisoriamente com a possível brevidade de tantas escolas de primeiras letras quantas forem as povoações ou lugares notáveis do seu município , provendo-as logo de mestres idôneos, morigerados e instruídos (...) igualmente lhes arbitrarão ordenados adequados, dando de tudo parte ao Governo por esta repartição para inteligência e assentamento no Tesouro”

Nestes trechos de cartas vemos o peso que os revolucionários colocavam na educação dos jovens para a formação moral da nação, para o estabelecimento de valores democráticos e republicanos: “V.S. é pai e além disso estou que perfeitamente conhece o quanto influe nos costumes das nações a instrução e educação da mocidade. A nossa se vê em total abandono, e se não reparamos de pronto esse mal certamente nossos vindouros lançarão em rosto esse crime”; “(...) porque todos estão persuadidos de que o Governo, apesar das peias que lhe põem os sucessos da guerra não omite diligências para estabelecer fundamentos verdadeiros do Republicanismo, que se escoram na ilustração e na moral; dando o exemplo na prática e na doutrina”; “(...) sem a difusão do ensino primário não podem germinar a agricultura, o comércio, as artes, as ciências, e o que é mais que tudo ainda – a Liberdade”.

Para os farroupilhas a verdadeira revolução significava mudança significava mudança da sociedade, que só seria conseguida através do desenvolvimento cultural do povo, por meio de uma autêntica educação republicana. Além disso o destinatário final dos sucessos da educação e do regime republicano é “o povo” (com a ressalva de que, como se sabe, nem todos os habitantes do Rio Grande do Sul fossem tidos como cidadãos plenos):

“A República é para nós uma absoluta necessidade. Porém nós sabemos mui bem que q multidão, a quem o instinto político revela, como o excelente entre os governos, o do Povo, não pode de um golpe, abranger toda sua vastidão, calcular todas as suas vantagens, e compreender todos os seus deveres. Para isso se necessita uma verdadeira educação Republicana, a qual somente um governo verdadeiramente Republicano pode dar, e deve ativamente promover.
Uma revolução feita em nome da Republica, importa alguma coisa mais que a mudança das formas governamentais. Os tempos exigem muito mais. Revolução, presentemente, é inovação em todas as molas sociais e seu objetivo supremo, essencial – O POVO – O Povo que necessita conhecer todos os seus direitos para sabê-los defender com nobreza, que necessita aprender quais são seus deveres çara sabê-los respeitar e cumprir.”

Com as palavras “Sendo do dever do Governo fomentar por todos os meios ao seu alcance o ensino primário da mocidade rio-grandense(...)” o mesmo Ministro Domingos José de Almeida faz nesta carta à Bento Manoel Ribeiro o que se observa em vários outros documentos: o Governo Republicano solicita, autoriza e exige medidas como pagamento de professores, compra de materiais escolares, cobrir aluguéis de salas e prédios destinados a aulas, indenização de gastos das administrações municipais com educação e instalação de comissões de investigação sobre as condições do sistema de ensino no Rio Grande do Sul. Segundo o Jornal O Povo, a quantidade de jovens freqüentando a escola nas cidades sob administração republicana era de 280 (Caçapava, São Gabriel, Piratini, Rio Pardo, Cachoeira, Sant’Ana da Boa Vista e São Borja), além das cidades em que os dados ainda não eram conhecidos (Alegrete, Itaqui, Santana do Livramento, Cruz Alta, Lages, Santa Maria da Boca do Monte, Encruzilhada, Bagé, Setembrina e Mostardas). Além disso, o governo republicano tomou medidas para a criação de um Gabinete de Leitura, que deveria ser o inicio de um Biblioteca Pública, “onde reunidas as obras do Estado existentes possam nossos Concidadãos consultar as matérias que lhes forem mister” (ofício enviado por Domingos José de Almeida ao coordenador da comissão de arrecadação das obras).

CONSIDERACÕES FINAIS

Embora as noções de educação, república e democracia tenham evoluído e mudado muito desde a Revolução Farroupilha, e não são a sua visão moralista e classista que está em questão (inclusive dado o contexto sócio-histórico no qual estavam inseridos). Temos, sim, que considerar a força e autenticidade de seus preceitos, quando tomam a educação como essencial para a construção de uma verdadeira Republica participativa.
Cercado de jovens Repúblicas que se consolidavam, a breve República Rio-Grandense almejou uma verdadeira independência dos velhos regimes imperiais, opressores, atrasados, a qual só viu-se realizada (e, ainda assim, por meios que excluíram boa parte dos agentes do país) meio século depois. Retornando aos autênticos intentos de independência dos territórios brasileiros, como o da Revolução Farroupilha, podemos perguntar-nos porque ainda não chegamos a tal vigor republicano. Os textos dos liberais revolucionários nos dão algumas pistas: a democracia não se trata simplesmente de um regime político, senão que diz respeito a uma cultura, cultura democrática, de participação, que só será plena no momento em que a população tiver acesso total aos conhecimentos, quando for dada a atenção suficiente ao sistema de ensino público.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

O POVO. Piratini, n. 32, 19 dez. 1838. Edição fac-similada da Livraria do Globo, 1930.
O POVO. Caçapava, n. 92, 14 ago. 1839. Edição fac-similada da Livraria do Globo, 1930.

SCHNEIDER, Regina Portella. Instrução Pública no Rio Grande do Sul 1770-1889. Porto Alegre: UFRGS, 1993.

ARQUIVO HISTÓRICO DO RIO GRANDE DO SUL, Anais. Porto Alegre, Vol. 1; 2; 3; 4; 5.


domingo, 21 de junho de 2009

Uniformização no Colégio Santa Dorotéia: uma breve análise histórica e cultural


Décadas de 50 e 60
Uniforme de gala/festas

Saia plissada - azul marinho
Camisa branca de piquê
Gravata de seda marinho - com emblema do colégio serigrafado
Meias ¾ branca
Boina branca
Sapatos pretos


Décadas de 50 e 60
Uniforme diário

Saia pregueada azul marinho
Camisa branca (na década de 60 passou a ser de poliéster)
Agasalhos - azul marinho
Gravata de tergal marinho sem estampa
Meias ¾ brancas e sapatos pretos
Boina marinho



Década de 70

Saia com 6 machos duplos
Cinto padrão madrepérola
Camisa branca de poliéster
Gravata de laço azul marinho – de gorgurão
Meias ¾ brancas e sapatos pretos


Décadas de 70 e 80
Uniforme da Educação Infantil

Jardineira azulão de tergal com o nome do aluno bordado ( no peito) em branco (p/ meninas saia e p/ meninos calça)
Camiseta branca meia malha com ribana marinho e inscrição do nome do colégio na parte frontal
Sapatos pretos e meias brancas


Década de 80

Camiseta branca de meia malha com ribana marinho e identificação do Colégio em semicírculo na parte da frente
Calça ou saia com dois machos em tergal marinho
Sapatos pretos e meias brancas



Décadas de 80 e 90

Abrigo de malha escolar marinho com frisos brancos no casaco e com iniciais do colégio bordadas em branco
Camisetas pólo branca com gola e punhos marinho – serigrafia com o nome do colégio a esquerda
Tênis preto e meias brancas




Década de 90

Abrigos de moletom marinho com detalhes em branco
Camiseta branca com logo do Colégio serigrafado
Bermudas em moleton marinho
Camiseta regata branca com logo do Colégio


Década de 2000

Camisetas brancas e azul marinho com logo da escola
Calça e bermuda de malha escolar azul marinho
Jaqueta tipo “canguru” azul marinho





O Colégio Santa Dorotéia de Porto Alegre faz parte das Comunidades Educativas fundadas e mantidas pelas Irmãs de Santa Dorotéia do Brasil, cuja fundadora é Santa Paula Frassinetti. A fundação da escola aconteceu no dia 24 de maio de 1957.
As Irmãs Dorotéias fundaram o então denominado Externato Santa Dorotéia; no bairro Cristo Redentor, que na época era zona em franco progresso, habitada por famílias de comerciantes e por operários das indústrias que compunham o cenário local.
Inicialmente, o Colégio funcionou na Avenida Assis Brasil, recebendo matrículas para o curso primário. Um ano mais tarde, a Escola mudou-se para a Rua Alberto Silva, no mesmo bairro, com prédio próprio para moradia das Irmãs e com pavilhão cedido pela Prefeitura de Porto Alegre para salas de aula do curso em funcionamento.
Em 1965 devido ao grande crescimento do número de matrículas foram sendo construídos novos prédios e neste mesmo ano foi obtida a aprovação para o funcionamento do curso ginasial que ampliou consideravelmente o corpo discente. Isto, em época de ditadura militar, foi possível devido à disciplina rígida que o colégio aplicava aos seus alunos.
Em 1974 foi autorizado o funcionamento do 2º grau com as habilitações de secretariado e auxiliar de contabilidade e na década de 80 houve a abertura do Curso de Magistério e a construção do Ginásio de Esportes Santa Paula Frassinetti.
O estudo que realizamos trata-se de uma análise sobre os uniformes utilizados no Colégio Santa Dorotéia no período de 1950 a 2000. Para realizar tal pesquisa coletamos imagens de ex-alunos e tivemos acesso ao acervo da escola.
Através dos registros fotográficos coletados podemos ver os diversos modelos utilizados pelos alunos no decorrer da história do Colégio, o que nos possibilita uma reflexão acerca de quanto a época influência a escolha dos estilos de uniforme e também de que modo a ideologia da escola, sua política, visão de formação são representadas pelos mesmos.
A partir da análise das fotos a que tivemos acesso é possível perceber que, no período entre 1950 e o início dos anos 80, se evidencia através das vestimentas uma representação do estereótipo feminino e masculino, onde toda a menina veste saia e o menino calça.
No final dos anos 80 já é possível observar uma mudança neste sentido, as calças já fazem parte do vestuário tanto feminino quanto masculino o que nos remete a relacionar tal fato com o contexto de uma época.
No texto Mulheres na sala de aula, Guacira Lopes Louro diz que nos anos 30:
“...Construía-se uma estética e uma ética. Uniformes sóbrios, avessos à moda, escondiam os corpos das jovens, tornando-os praticamente assexuados, e combinavam-se com a exigência de uma postura discreta e digna. O mesmo valia para as professoras: como modelos das estudantes, as mestras deveriam também se trajar de modo discreto e severo, manter maneiras recatadas e silenciar sobre sua vida pessoal.” (2000, p.461)

A partir disto podemos, em uma comparação entre as décadas de 30 e 60, verificar uma transformação deste pensamento sobre a necessidade de cobrir/esconder o corpo, visto que as saias passam a deixar a mostra maior parte da perna.
Pelas imagens que vemos do final da década de 1980 a utilização de um uniforme padrão (mesmo estilo de roupa para meninos e meninas) demonstra mais uma necessidade de representação do caráter da instituição do que de uma preocupação com os corpos. Fica evidente que o Colégio busca uma padronização como forma de demonstrar o que representa, transmitindo aos seus alunos a responsabilidade de carregar sua identidade.
Guacira Lopes Louro (1999, p.19) fala sobre isso:

“Talvez se esperasse que nós fôssemos, também, uma espécie de estudante ‘padrão’. Lembro-me de ouvir, sempre, a mensagem de que, vestidas com o uniforme da escola, nós ‘éramos a escola’! Isso implicava a obrigação de manter um comportamento ‘adequado’, respeitoso e apropriado, em qualquer lugar, a qualquer momento.”

O uso de uniformes transparece a identidade de uma instituição, mais do que isso, faz com que o aluno deixe de representar a si mesmo para representar a instituição em que estuda. Por exemplo, se um grupo de jovens é visto bebendo na rua, é só um grupo de jovens se divertindo, mas se estiverem uniformizados, são os alunos de determinado colégio que estavam bebendo.
O uniforme tira o caráter individual de cada aluno, o que ocasiona uma busca por incorporar a essa vestimenta uma marca pessoal. Guacira Louro (1999, p.19 e 20) relata:
“O uniforme – saia azul pregueada e blusa branca com um laço azul-marinho – era, ao mesmo tempo, cobiçado por ser distintivo da instituição e desvirtuado por pequenas transgressões. A saia, mantida num comprimento ‘decente’ no interior da escola, era suspendida ao sair dali, enrolada na cintura de forma a conseguir um estilo ‘mini’, mais condizente com a moda; o laço descia (do botão mais alto da blusa rente à gola onde deveria estar) alguns centímetros, de forma a proporcionar um decote mais atraente (o número de botões dependia da ousadia de cada uma). Essas subversões, quando descobertas por alguma funcionária ou professora da escola em qualquer lugar da cidade, eram alvo de repreensões individuais ou coletivas, particulares ou comunicadas aos pais e mães e etc. (O olhar panóptico ia muito além das fronteiras do prédio escolar!) A preocupação com o uniforme, defendida pela escola como uma forma de democratizar os trajes de suas estudantes e poupar gastos com roupas, era reiterada cotidianamente, com implicações que transitavam pelos terrenos da higiene, da estética e da moral. Adolescentes, estávamos cada vez mais conscientes de que podíamos inscrever em nossos corpos indicações do tipo de mulher que éramos ou desejávamos ser.”

Apesar de submetidos ao uso obrigatório do uniforme, a maioria dos alunos tenta introduzir alguma marca pessoal que possa afirmar ‘este sou eu’.


Grupo responsável:

Amanda Alvernoz Acosta
Marla Ferreira da Silva
Paula Carina Kinast

Data: 22/06/09 Turma: A Professora: Simone Valdete

Referências bibliográficas

LOURO, Guacira Lopes Louro. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, Mary. História das mulheres no Brasil. 7ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.

LOURO, Guacira Lopes Louro. Pedagogias da sexualidade. In: O corpo educado. Belo Horizonte: Autentica, 1999.

sábado, 23 de maio de 2009

Educação Escolar Indígena no séc. XX

Apresentação em PowerPoint das alunas da cadeira de História da Educação no Brasil - EDU 01159, Daniele Hanau, Maria de Fátima Garske e Taiane dos Reis sobre o texto:
BERGAMASCHI, Maria Aparecida. Educação escolar indígena no século XX: da escola para os índios à escola específica e diferenciada. In: STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara. (Orgs.). Histórias e memórias da educação no Brasil. V. III: Petrópolis: Vozes, 2005.